Insatisfeito com a demora do governo Lula (PT) e dos governos estaduais nas políticas de reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) retomou as invasões de terra na última sexta-feira e, desde então, já ocupou dois terrenos pelo país: uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, e uma área da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Juazeiro, na Bahia.


Na quinta-feira (07), cerca de 400 mulheres do MST, vindas de acampamentos e assentamentos de diversas regiões do Rio Grande do Norte, deram início a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra em Natal, marcando o início das atividades na semana do 8 de março. Elas ocuparam a sede estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Em Minas Gerais onde o movimento ocupou uma fazenda que alega ser improdutiva. Um fazendeiro, contudo, acionou a Justiça e pediu a reintegração de posse, que foi negada pelas autoridades. Tal movimentação judicial rendeu críticas do governador do estado, Romeu Zema (Novo), que foi às redes sociais comentar sobre o tema: “Ser produtor rural no Brasil não está fácil. O produtor de leite, além de todo esse problema de preço, precisa provar, filmar que está produzindo. Caso contrário, a Justiça leva mais em consideração a opinião de invasores”, disse, e recomendou aos produtores rurais que filmem seu trabalho. “Quero pedir aqui a todo produtor rural: filme aquilo que você faz, você arando a terra, tirando o leite, a sua propriedade. Poste nas redes sociais. Além de trabalhar, precisamos filmar que estamos produzindo”.

O governador ainda disse que sua orientação à Polícia Militar é de apoio aos proprietários. “Vamos proteger quem trabalha”, disse em crítica indireta ao MST.

A Justiça de Minas Gerais negou no sábado 9 o pedido de reintegração de posse para retirar 500 famílias de fazenda invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A invasão aconteceu em Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, na última sexta-feira, 8.

Na decisão, o juiz Christyano Lucas Generoso disse que os autores da ação não conseguiram comprovar que mantinham posse do terreno antes da invasão pelos militantes do MST.

O movimento, por sua vez, rebateu Zema. Em nota, disse que o governador mentiu ao dizer que o estado enfrenta invasões de terras produtivas.

Invasão a Codevasf
Após invadir a fazenda em Minas Gerais, o MST promoveu uma nova ocupação neste domingo. Cerca de trezentas famílias estão em uma área que pertence a Codevasf na Bahia, em protesto a falta de terras e acesso a água. Os sem-terra responsabilizam a estatal pela problemática.

Em nota, a Codevasf informou que a água disponível na região destina-se aos agricultores regularmente instalados no empreendimento. “A maior parte dos produtores atendidos pelo Projeto pratica a agricultura de caráter familiar. São 255 produtores familiares e 68 produtores empresariais, que atuam em 5,1 mil hectares”, disse a companhia.ação da Câmara na quarta-feira (6/3). Na ocasião, diante da reclamação de petistas, aliados do bolsonarista prometeram que a pauta do colegiado seria “democrática”.

By Nocast