Celular só serve para ligação. Se depender de Nicolás Maduro, é assim que a relação dos venezuelanos com os aparelhos vai ser daqui para frente.
A mando dele, a Assembleia Nacional, que estava de recesso, interrompeu a pausa com uma única missão: aprovar um projeto de regulação das redes sociais.
O ditador tem total controle sobre os parlamentares desde 2017. Em outras palavras, a lei deve ser aprovada.
Qual é o conteúdo da medida? O governo diz que é preciso regular as redes para “defender a população do ódio, de ideias fascistas e da guerra civil” — inclusive proibindo o acesso a plataformas.
Ao contrário do que fez colocando o Exército nas ruas para prender manifestantes, Maduro viu que não é tão simples impedir a população de se mobilizar contra a fraude na eleição pela internet.
Com a regulação, em breve, milhões de venezuelanos vão ficar incomunicáveis. As informações que a população vai ter acesso vão ser restritas aos órgãos de mídia estatais.
Isso sem falar que muitas das mais de 7 milhões de pessoas que deixaram a Venezuela desde 2015 não vão conseguir falar com seus familiares que ainda estão no país.
Maduro já bloqueou o X por 10 dias e convocou a população a desinstalar o WhatsApp — com direito a tutorial ao vivo.