Em setembro do ano passado, o deslizamento de terra no Fiorde Dickson, na Groenlândia, gerou ondas sísmicas cuja magnitude pode ser detectada em todo o mundo. O evento, até então com pouca repercussão internacional, foi divulgado pelo periódico The Seismic Record.
O estudo que observou o tsunami teve liderança da especialista Angela Carrillo-Ponce, do GFZ (Centro Alemão de Geociências). Nele, dois tipos de sinais sísmicos foram identificados: um de alta energia, causado pelo deslizamento, e outro de longa duração, que persistiu por mais de uma semana.
O fenômeno natural ocorrido na Groenlândia desencadeou o que pode ser chamado de uma “seiche”, uma onda estacionária que permaneceu no fiorde por dias e dias.
Esta descoberta, acreditam os especialistas, contribui para uma compreensão mais profunda dos crescentes riscos de deslizamentos em áreas sensíveis ao clima, como a Groenlândia. A análise detalhada do fenômeno, que registrou sinais sísmicos a até 5.000 km de distância.
Megatsunami na Groenlândia: O que esperar para o futuro?
Esses resultados são cruciais para prever os impactos de deslizamentos de terra em regiões onde o aquecimento global e a perda de gelo tornam encostas e geleiras mais instáveis. Um exemplo anterior é o tsunami ocorrido em 2017 no Fiorde Karrat, que destruiu a aldeia de Nuugaatsiaq e causou a morte de quatro pessoas.
O estudo combinou dados sísmicos com imagens de satélite para mapear o deslizamento de rochas e gelo, que gerou um megatsunami com ondas superiores a 200 metros no local de entrada da água.