Lula (PT) trouxe a COP para o Brasil e fará discursos a favor da agenda verde. Mas o PT foi contra um projeto que previa punição a presidentes que não cumprissem metas ambientais.
O que aconteceu
O partido liderou uma ofensiva para evitar a votação da proposta. O projeto seria analisado na quinta-feira (31) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.
Foram 8 votos para tirar o projeto da pauta e 4 para ir à votação. Os três deputados do PT optaram pelo adiamento e se alinharam, por exemplo, com Zé Trovão (PL-SC), da ala bolsonarista raiz.
Relator do projeto, o deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) acusou o governo de “greenwashing”. Isso quer dizer que o governo estaria maquiando atitudes consideradas em defesa do meio ambiente, sem efeitos práticos. Ele declarou que na COP Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vão falar a favor de metas que não cumprem.
O presidente tenta se projetar como liderança mundial da agenda verde. Ele afirma que o Brasil sempre foi um exemplo de preservação e de energia limpa e que este princípio foi retomado quando voltou ao Planalto, depois de vencer Jair Bolsonaro (PL).
Ao agir para proteger Lula, o PT adia a implementação de uma série de medidas:
-Reduzir em 37% a emissão de gases do efeito estufa até o ano que vem — este foi um compromisso do Brasil no Acordo de Paris;
-Controlar o desmatamento;
-Aumentar as fontes de energia renovável na matriz energética;
-Abrir linhas de crédito para investimentos ambientais;
-Neutralizar as emissões de gases do efeito estufa até 2050.
A assessoria da Presidência justificou que este é assunto do Legislativo e não comentou o caso.
UOL