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Imagine sair de casa para ir votar no futuro… juiz? Parece estranho, mas foi exatamente isso o que aconteceu ontem no México.

Pela primeira vez na história do mundo, os juízes da Suprema Corte e de todo o Judiciário mexicano foram eleitos por voto direto da população.

Ao todo, foram escolhidos mais de 2.600 magistrados federais e locais entre 7.700 candidatos. Para concorrer, bastava ter licença para advogar, nota 8 na faculdade e ficha limpa no México.

Um dos candidatos já foi preso por tráfico nos EUA, enquanto outro é ex-advogado de El Chapo, um dos maiores narcotraficantes da história.

A mudança também dispensa concursos públicos ou indicações presidenciais, como acontecia antes.

A eleição fez parte de uma reforma promovida pelo governo da presidente Claudia Sheinbaum — e já provoca forte reação no país.

O “X” da questão está aqui
A medida visa afastar a influência dos políticos sobre o Judiciário. Ao redor do mundo — incluindo no Brasil — ministros da Suprema Corte são nomeados por intermédio do presidente da República.

Mas, muitas vezes, isso gera críticas ou contestações, até porque a Corte é a responsável por julgar casos de políticos. Os nomeados mais recentes são exemplos disso: Zanin (ex-advogado pessoal do Lula) e Dino (ex-aliado político do Lula).

Por outro lado, críticos veem nessa novidade mexicana um grande risco de populismo judicial, infiltração de cartéis e queda na qualidade das decisões.

No final das contas, fica a pergunta: quem deveria escolher os juízes de uma nação?

fonte: The News

By Nocast