O mercado dos desenvolvedores de games vêm crescendo a cada ano no Rio Grande do Norte e tem encontrado nos editais das leis de incentivo recursos que necessitam para crescer. Empresas do segmento têm se organizado para discutir e e se organizar de modo a garantir esses recursos, inclusive com o apoio de entidades como o Sebrae/RN, que oferece espaço para debates e consultorias acerca do assunto. Com empresas e coletivos voltados para troca e suporte técnico, criativo e administrativo, a comunidade de desenvolvedores de games conseguiu, por exemplo, R$ 1,7 milhões através do edital da Lei Paulo Gustavo.

Pensando em alavancar o diálogo entre os desenvolvedores de jogos, em 2015 foi fundado o grupo PONG, Potiguar Indie Games, comunidade pensada para fomentar a cultura do desenvolvimento de jogos, abrindo o diálogo entre desenvolvedores e propondo um espaço para a discussão de técnicas e desafios enfrentados no mercado.

Um dos fundadores da PONG, Narto Júnior, revela que o coletivo começou diante da necessidade de espaços para a troca de experiências e após criação dos editais de fomento à cultura, da Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo. Ele explica que o desenvolvedor enxergou como uma oportunidade de ampliar os temas discutidos nos encontros. “Nós trabalhamos para que todos pudessem participar. Junto com o Sebrae, nós construímos oficinas específicas para cada edital, fizemos um trabalho de mentoria que, no fim das contas, resultou com 80% dos projetos de jogos aprovados no edital municipal, e entre 70% e 80% no estadual”, conta.

Com isso, em 2023 os projetos de desenvolvedores de jogos no RN conseguiram arrecadar R$ 1,7 milhão na Lei Paulo Gustavo, com R$ 700 mil no edital estadual. A Lei de Incentivo à Cultura Aldir Blanc é de 2020, e foi criada para ser, a princípio, um auxílio-emergencial do setor da economia criativa durante a pandemia da Covid-19.

Essa legislação disponibiliza recursos financeiros para manutenção de espaços culturais, como teatros, cinemas e centros culturais, além de promover ações de fomento à cultura e à economia criativa em todo o país. Essa legislação impulsiona a produção cultural e artística nacional, incluindo os jogos digitais. Em 2021, através da Lei nº 14.150, tornou-se a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e está com edital previsto para o início do mês de maio.

A principal dificuldade enfrentada pelos desenvolvedores é o entendimento dos editais e seus requisitos a serem preenchidos. “A maior parte do grupo tem dificuldade na redação dos projetos, no entendimento dos padrões e requisitos que o edital quer que sejam preenchidos”, explica a gestora de Economia Criativa do Sebrae-RN, Maézia Teodora.

Para o desenvolvedor e sócio fundador do Studio Kraken, Victor Rocca, interessados em ingressar no setor de games devem entender que o caminho não é percorrido de forma solitária. “O jogo é uma obra audiovisual, então são necessários profissionais de diversas áreas, seja artista, músico, ilustrador ou programador. Só é preciso entender o que você gosta de fazer, e começar. Não espere!”, sugere.

A chegada de cursos de graduação e tecnólogos na área tecnológica, como a graduação de Tecnologia da Informação (TI) na UFRN, impulsionou o aumento de programadores desse mercado em ascensão. Pensando em como apoiar esses jovens dentro do mercado empreendedor, a equipe do Sebrae se estruturou de forma especializada na área de games e seus desenvolvedores, podendo então fornecer aos desenvolvedores o que eles precisavam para alavancar seus projetos enquanto negócio.


O evento Café com Games, é uma dessas ações e reuniu, na semana passada, profissionais da área em rodas de conversa de troca de experiências, buscando dirimir dúvidas sobre os editais de fomento. Além disso, essas iniciativas ajudam na estruturação eficaz de projetos, facilitando o acesso aos recursos por meio de editais.

“O grupo (do Café com Games) é formado por pessoas que já trabalham com desenvolvimento de alguma forma, seja em jogos ou programas. Muitos deles já têm algo iniciado, então o Sebrae ajuda a elaborar um projeto dentro das regras do edital para captar recursos, e poder colocar em prática o desenvolvimento daquele jogo”, explica Maézia Teodoro.

O grupo de games está dentro de um dos eixos prioritários do projeto de economia criativa do Sebrae, pondo destaque na ascensão que o mercado representa para a economia local.

By Nocast