Marcel Moure, da Rede VOA, disse ainda que é ‘muito raro’ um modelo de motor a jato pousar no local, que recebe essencialmente helicópteros e aeronaves turboélice.
O avião que ultrapassou a pista do aeroporto em Ubatuba e explodiu na praia nesta quinta-feira (9) utilizou menos pista do que tinha disponível — e ela já era considerada insuficiente para um pouso seguro. Isso é o que revela em entrevista ao g1 Marcel Moure, CEO da Rede VOA, concessionária que administra o aeroporto.
“Fomos surpreendidos. Aparentemente, pelas câmeras do nosso aeroporto, o ponto de toque da aeronave foi bem à frente daquela zebra [o ponto inicial]. Os [cerca de] 600 metros necessários [já] eram críticos para essa operação, isso não tenho dúvida, muito crítico, e ficou menor ainda”, disse Marcel Moure.
O aeroporto de Ubatuba fica em frente à praia, com o mar à sua frente e a serra atrás. Na direção em que o avião pousou, a pista tem 560 metros disponíveis para pouso — embora tenha 940 metros de extensão. Além disso, o manual da aeronave, obtido pelo g1, aponta que, em pista molhada, o avião precisaria no mínimo de 838 metros para parar.
O CEO da concessionária que administra o local desde 2017 também afirmou que é “muito raro” que um avião deste modelo, com motor a jato, pouse neste aeroporto. Segundo Moure, o aeroporto recebe essencialmente helicópteros e aeronaves turboélice.
“Não recordamos da última vez que pousou uma aeronave a jato naquele aeroporto. É raro, é muito raro”.
📍 Diferença entre as aeronaves: as turboélices foram projetadas para operar em altitudes menores e em velocidade média de 500 km/h, enquanto as a jato voam mais alto e em velocidade de 800 km/h.
“A aeronave a jato tem maior velocidade também para pousar. Ela pousa com mais velocidade que uma turboélice”, explica Moure.
G1